07 novembro 2006

SADDAM HUSSEIN – A MORAL DE UM PSICOPATA

Saddam Hussein, envolto em grande polémica, foi condenado à morte. Será que sou a única pessoa, dita civilizada (suponho ;)), que concorda com a decisão?

Eu sou a favor da pena de morte e acho que o único motivo para se ser contra a aplicação da pena de morte é o facto de poder haver erros judiciais, pois teoricamente e do ponto de vista moral, não tenho qualquer objecção (e para juntar a isto, considero-me humanista portanto quem se sentir tremendamente ofendido pode comentar). Vou tentar organizar as minhas ideias, o que vai ser difícil:

- A LEI
Um julgamento serve para punir uma pessoa pelo verdadeiro prejuízo que ela causa à sociedade. Na sociedade actual não se faz isto: as pessoas são punidas pelo "aparato" do prejuízo causado, pesando mais a opinião publica do que a lógica racional.
Para ter um sistema judicial justo é claro que é necessário que as leis sejam racionais e de carácter minimamente universal, o que está longe de ser verdade pois as leis adaptam-se á opinião pública para criar popularidade politica.

-DIREITOS HUMANOS
Por que raio somos obrigados a aplicar os direitos humanos a todos? (não estou a citar Hitler!) Na natureza não existem direitos; os direitos são uma invenção dos homens portanto somos nós que definimos a quem se aplicam os direitos. Esta questão dava conversa para dois dias, se fizermos uma directa. Por exemplo, tanto se fala em direitos dos animais mas desde quando é que os animais podem ter direitos? Não existe direitos dos animais… no máximo existem ‘direitos para os animais’ pois quem dá os direitos somos nós, e não somos obrigados a isso: é apenas uma questão de bom senso.
E, no meu entender, só tem direitos quem cumpre deveres. E será que todos os seres humanos cumprem os seus deveres? Claro que não! Será que todos os homens têm consciência moral e ética? Não! Então por que raio estes panascos hão-de ter direitos como os outros? Claro que os psicopatas são uma minoria absoluta e têm todo o direito a existirem… enquanto não os apanharmos ;).
Devemos ser morais, para quem compreende o que é a moral; devemos respeitar o direito à vida mas só de quem respeita o direito à vida dos outros. Quem não respeita o direito á vida dos outros, automaticamente está a abdicar do seu direito à vida.
Matar é imoral? Não sejam tentados a dar uma resposta simples! Se vocês tivessem um filho e alguém o matasse, seria imoral vocês matarem essa pessoa? Podemos argumentar que é imoral o estado matar alguém, mas é imoral que as pessoas directamente lesionadas por crimes contra a humanidade matem os responsáveis de tais crimes? Portanto, de forma a evitar que se aplique a justiça popular, o estado deve substituir o papel do cidadão comum na manutenção da justiça.

-A MORAL DA MAIORIA
Existe a tentação de classificar a gravidade dos crimes em função da frequência com que ocorrem… por exemplo um serial killer é pior pessoa do que um marido ciumento que mata a mulher á paulada… mas será bem assim? Só porque existem mais maridos ciumentos que psicopatas assassinos, isso não quer dizer que exista a mais ínfima razoabilidade no crime conjugal em relação ao crime de contornos aparentemente mais selvagens do gajo que é claramente tarado dos cornos.
Tipicamente, um homem que mata a sua mulher por ciúmes leva uma pena inferior a um assassino psicopata que mata por prazer mesmo que o seu objectivo não fosse o querer prejudicar: neste caso, o prejuízo seria uma consequência do acto que ele cometeu. Por outro lado o homem que mata a mulher não tira beneficio nenhum do crime, apenas o faz como forma de vingança. Qual destes tipos é menos mauzinho? É aquele que se arrepende? Porque razão o arrependimento é uma atenuante (nos crimes mais graves não faz sentido!)? A merda já está feita, portanto o melhor é que o criminoso fique satisfeito com o que fez, pois se o gajo se vai arrepender, o crime torna-se duplamente prejudicial.

-PRISÃO PERPETUA
As pessoas mais complacentes defendem a prisão perpétua. Eu sou contra pois esta não faz sentido porque uma pessoa vai presa como forma de ser punida E como forma de reaprender a viver na sociedade: é uma fase de adaptação. Quem vai preso, vai com o objectivo de ser reinserido mais tarde na sociedade em liberdade. Se uma sociedade não faz intenções de aceitar um determinado indivíduo em liberdade (ficando ele a apodrecer na cadeia) é absurdo ele estar preso pois isto é uma forma cobarde de lhe tirar a ‘vida’.

-CONCLUSÃO
Para mim a liberdade é mais importante do que a vida; a vida sem liberdade não faz nenhum sentido, portanto defendo (…a moralidade da) a pena de morte em todos os casos em que pareceria sensato aplicar a prisão perpétua pois se hoje não somos livres, resta-nos esperar ser livres amanha, caso contrário a morte é mais justa.
Dito isto, volto ao que disse inicialmente: na prática compreendo que o mais sensato é não haver pena de morte mas deixo claro que nestas condições nunca devemos admitir que exista prisão perpétua. Qualquer pessoa que cometa qualquer tipo de crime, deve levar uma pena que lhe permita (com base na esperança média de vida) voltar a sair em liberdade um dia. Portanto quem não quer o Saddam morto só pode desejar que ele volte a sair em liberdade dentro de poucos anos.

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