11 maio 2007

POBRES E RICOS

O mais chocante no nosso mundo é a enorme diferença entre o nível de vida de certos países e o de alguns outros. A explicação mais frequente é dizer que os países ricos, por meio do colonialismo, exploraram os países pobres e as reduziram a uma miséria forçada. Esta explicação é demasiado simplista porque alguns países foram colónias e hoje não são nada pobres, como os Estados Unidos por exemplo. E também é certo que a falta de recursos naturais não pode explicar tudo: há recursos que sobra no Brasil, Argentina, ou nos estados árabes. O atraso económico de numerosos países africanos e da América latina tem causas mais complexas a começar pelas estruturas politicas antidemocráticas que impedem o controlo das decisões governamentais e o funcionamento da sociedade civil. Junta-se a isto as carências educativas e o crescimento de doutrinas religiosas e politicas delirantes incompatíveis com os direitos e garantias que a modernidade exige. Em particular, tenho que referir a grave desigualdade na educação das mulheres, pois isto permite a sua emancipação e consequentemente, aliás um aspecto muito importante, a diminuição do numero de filhos. Assim chegamos ao que é para mim o ponto mais importante que é o crescimento demográfico incontrolado. Vivemos num mundo cada vez mais superpopulacionado e grande parte desta superpopulação concentra-se nos países menos desenvolvidos dificultando ainda mais as possibilidades de progresso. E para cumulo o papa e outros dirigentes religiosos pregam contra os meios contraceptivos em nome do absurdo direito de nascer dos não-nascidos condenando os já nascidos a não poderem viver.

Portanto actualmente, as causas do subdesenvolvimento devem ser procuradas dentro dos países e no presente e sem querer justificar através do passado. É urgente que os países mais ricos ajudem na medida do possível os mais atrasados, mas o auxílio económico deve ser acompanhado por exigências de reformas democráticas onde elas sejam necessárias e pelo controlo do respeito pelos direitos humanos. O que implica de algum modo uma intervenção nos assuntos internos dos países em causa, e não me venham com tretas pois em nome da ‘soberania nacional’ e de identidade própria prosperam sistemas ineficazes e autoritários que tiranizam os seus cidadãos e os condenam à miséria e ao atraso.

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo plenamente com a tua opinião. Como já dizia o provérbio chinês "não dá o peixe, ensina a pescar" os paìses do "terceiro mundo" (não vivemos no mesmo mundo) necessitam de apoio para encontrar o seu próprio caminho para o sustento da sua população. É certo que são necessária ajudas monetárias e materiais para socorrer as situações emergentes, mas mais essencial é introduzir mecanismos que permitem estabilidade e paz para que enfim haja desenvolvimento economico e social. Infelizmente há, como em todas sociedades, "parasitas", que vivem bem com o status quo e não pretendem abdicar das regalias que possuem. Torna-se assim necessário haver mecanismos legais tanto nos próprios paìses como no estrangeiro (refiro contas na Suiça e nas ilhas Cayman) que impeçam que haja enriquecimento à custa da população.