28 dezembro 2006

A PESCA LÚDICA

Será que sofro de anti autoritarismo? Se me incomoda que as autoridades me proíbam coisas, não é porque me desagradem as proibições, mas sim porque, pelo contrário, me encantam: se mas impõem do exterior retiram-me o prazer de ser eu a impô-las a mim próprio. Passo a vida a proibir-me coisas: alguns programas de televisão, diversões, companhias, vícios, virtudes, tudo. E creio que é nessa capacidade de me controlar que consiste algo que se pode chamar maturidade ou bom senso e que me parece ter o mais elevado valor.

Este discurso todo é para mais uma vez eu me lamentar da obsessiva tendência da nossa sociedade dita moderna em controlar e regulamentar todas as actividades do nosso quotidiano. Ontem vi uma noticia em que o governo na sua máxima sapiência lembrou-se de criar novas leis sobre a pesca lúdica e então a partir de agora os pescadores vão precisar de licença, cada pescador precisa de estar a uma distância mínima de 10m de outro pescador, alem de outras distâncias de ‘segurança’ em relação a outros pontos de referência, como portos, baías e penicos mágicos. Ora mas porque raio tem que haver legislação sobre a pesca lúdica? Isto é uma actividade que em nenhuma circunstância prejudica ou põe em perigo alguém, e como cada um é livre de fazer o que bem lhe apetece desde que não prejudique, não faz sentido ter que pedir licença para praticar uma acção tão banal como ir á pesca. Vivemos numa sociedade obsessiva e isso é triste… no meu entender as leis de uma sociedade devem resumir-se ao mínimo dos mínimos… deveria haver código penal e pouco mais pois ninguém deve ser punido ou multado apenas porque infringiu uma regra que está escrita no artigo x do capitulo y do versículo z do diário da republica do dia’tal’ do mês ‘coiso’ e ano ‘pois é’.


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